Nova paralisação deverá elevar prejuízo para R$ 120 milhões ao comércio caxiense

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A mudança da bandeira laranja para a vermelha na Serra Gaúcha, em vigor desde segunda-feira (15), deverá agravar os impactos negativos na economia de Caxias do Sul. A nova paralisação pode elevar para R$ 120,3 milhões o prejuízo ao comercio caxiense, somando-se ao primeiro período de fechamento das lojas entre os meses de março e abril.

Baseada nos números de arrecadação de ICMS, a CDL Caxias do Sul estima que o comércio deixará de faturar R$ 23,1 milhões nesta semana (R$ 3,3 milhões por dia), representando uma queda de 53% na arrecadação do setor, devido a paralisação dos estabelecimentos classificados como não essenciais. Caso este cenário persista por, pelo menos, duas semanas, os prejuízos devem chegar a R$ 46,2 milhões e, se somados a paralisação anterior, que durou 27 dias, os impactos devem alcançar R$ 143,4 milhões (veja tabela sobre os impactos abaixo).

Da mesma forma em que a CDL defende a preservação da vida, a entidade está também extremamente preocupada em ajudar o empreendedor a lidar com a crise causada pela Covid-19 e auxiliar a cidade na retomada da economia, pela importância destes estabelecimentos e geração de empregos para o município.

“Estamos revoltados com esta nova paralisação. Em Caxias, somente o comércio representa 28 mil empregos formais, distribuídos em 19 mil lojas registradas. O setor movimenta R$ 2,1 bilhões anualmente e representa 28% do PIB de Caxias do Sul. O governo estadual precisa levar em conta a importância deste setor, a fonte de renda que é para milhares de pessoas”, afirma indignado o presidente da CDL Caxias, Renato S. Corso.

O líder empresarial destaca ainda que, infelizmente, a perda de receita está forçando as empresas a desligarem profissionais, como uma das medidas para contenção de gastos. Só no mês de abril, cinco mil pessoas foram demitidas de seus empregos, nos mais diversos setores, em Caxias do Sul.

“Além do prejuízo financeiro para as empresa, tragicamente os empreendimentos estão tendo consequências no quadro de colaboradores, com demissões e a interrupção de renda de muitas famílias. O cenário é desolador, extremamente preocupante. Precisamos fazer a economia girar para reverter a situação”, complementa Corso, reforçando, ainda, que os micro e pequenos empreendimentos, que na CDL representam 69% dos associados, serão os mais afetados com mais um período de portas fechadas para o atendimento ao público.          

Corso lembra que a suspensão das atividades por 27 dias, entre março e abril, foi sob a justificativa de que o Estado precisava de tempo para se preparar para enfrentar a crise, entretanto pouca coisa foi feita na Serra Gaúcha até o momento.

“Este tempo foi pedido há mais dois meses. Está na hora do poder público estadual fazer a parte dele no combate a pandemia, investindo recursos maiores para ampliação de leitos, testagem e EPIs, por exemplo, sem precisar bloquear a economia. Queremos que parem de usar apenas o fechamentos das empresas como meio de contenção à Covid-19”, enfatiza o presidente da CDL Caxias.

A entidade tem trabalhado em conjunto com outras associações representativas dos segmentos econômicos e com o poder público municipal para conseguir, o mais breve possível, a reabertura dos setores de comércio e serviço. Também reforça a continuidade deste trabalho no sentido de minimizar os impactos que os fechamentos provocam, bem como as consequências geradas com crise econômica em função da pandemia.

Impactos – Situação conforme bandeira

Impactos nas vendas do comércio caxiense (comparativo 2020 x 2019)
Janeiro:
0,18%
Fevereiro: -0,72%
Março: -12,48%
Abril*: -40,5%
Maio*: -15%
* Estimativas (abril e maio)

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